20.3.09

Ria, mesmo diante da maior agonia


Olá,

Postando mesmo só pra extravasar um pouco o nervosismo. Hoje é a estreia da peça qual eu participo. Meu primeiro trabalho com um grupo profissional, ganhando cachê e tudo. Pra alguns pode parecer besteira, mas pra quem passou quase três meses ensaiando exaustivamente é uma emoção e conquista muito grande.

O grupo o qual eu participo chama-se 'palha'. Embora o nome remeta a algo sem muita perfeição, o grupo é coordenado por um dos diretores mais exigentes que exite em Belém, Sr. Paulo Santana, pessoa responsável por me iniciar no teatro. O Paulo foi meu prof. da usina de teatro da UNAMA - Universidade da Amazônia, por dois anos, 2007 e 2008, onde eu fui bolsista.

Depois de um longo período torrando a paciência do Paulo para entrar no grupo, lá fui nos primeiros ensaios, sem muita esperança. A montagem da peça qual estrearemos amanhã teve dois elencos, onde os atores tiveram a liberdade de experimentar cada personagem, e em conjunto decidir quem ficaria definitivamente com os papeis. Metodologia muito bem utilizada pelo diretor, mesmo causando frustração em algumas pessoas que queria participar da montagem, porém não tinham o perfil adequado para os personagens.

Passado o primeiro processo, o de escolha de elenco, partimos para a ação. Começamos com com cenário e figurino improvisado do diretor, mas trabalhando algumas marcações, mas sendo esta estapa mais voltada para a composição de personagens.

O terceiro passo foi dado a pouco tempo. Cenário e figurino definitivo chegaram, marcações tiveram que ser mudadas, e nós atores sofremos horrores para não darmos de encontro um com outro no meio do palco.

Amanhã será o próximo passo do processo, o confronto com o público. Afinal, é para eles que nós ensaiamos e damos o nosso melhor todos os dias. O nervosismo toma coooooooonta do meu ser e eu não consigo parar de rir. Todos estão tensos, principalmente o meu colega que faz o personagem principal.

Hoje nós passamos a peça duas vezes, para fazermos uma afinação técnica de luz e som. ficamos o dia inteiro no teatro, chegamos até dar entrevista para a rede de televisão cultura. Eles filmaram trechos da peça, para que possam divulgar na agenda cultural.

O elenco é bem unido, as pessoas são agradaveis e nos ajudam muito.Porém, mesmo assim não tem como sumir o nervosismo. Espero ficar calmo, e conseguir fazer tudo certinho, para que meus amigos e conhecidos gostem e se orgulhem por ter algo de qualidade na nossa cidade.

A peça conta a história de Theodoro Braga, grande pintor amazônico, formando em direito pela universidade do Recife, estudando da Escola Nacional de Belas Artes e vencedor da bolsa ao estrangeiro, tendo oportunidade de estudar com grandes mestres da arte em París. O elenco da peça é formado por seis atores, sendo dois principais e quatro coadjuvantes. Os dois principais são: Theodoro Braga, representado por Luis Girard e Senhora de tudo, personagem metafórico fazendo referência a história, representado pela Abigail (perdão esquecer teu sobrenome). Os outros quatro personagens coadjuvantes, são cores as quais Theodoro costumava trabalhar. Theodoro trabalhava somente com cores primarias, e a partir delas criava novos tons para compor suas artes. As quatro cores são respectivamente interpretadas por: Nelson Oliveira(Amarelo), Nelson Borges(Azul), Arnaldo Ventura(Vermelho), e Ângela do Ceo(Verde). Você deve se perguntar por que o verde, já que ele não é primário? O verde na obra vem representando o berço do artista, a Amazônia. O amarelo representa seu lado cômico e humorístico, já que Theodoro foi um dos precursores da charge de caricatura no Brasil. O Azul representa suas viagens pelo País e pelo mundo em busca de inspiração para composição de suas obras. O vermelho, representa a fúria do sangue que corria nas veis do pintor. O espetáculo é lúdico, musical e cômico, remetando o espectador a época da belle époque, momento qual o artista vivel, e também ao teatro de revista, conhecidos como vaudeville.

Bom, esse dia ficará pra história.
Dia 20 de Março de 2009.
Estreia de \Theodoro/
Uma peça de Carlos Correia
Dirigida por Paulo Santana
Interpretada por
Ângela, Arnaldo, Abigail, Luis Girard, Nelson Borges e Nelson Oliveira(me).